quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Trilogia das Cores e Sabores


A infância lhe cheirava um bosque.
A cor era o amarelo.
Bastante radiante, bastante alegre.

A juventude cheirou cigarro.
Era cinza.
Descobriu muitas coisas,
dentre elas a indiferença.

A Indiferença era negra.
E cheirava nada.
Um pouco de quase nada.

Cresceu.

Hoje o cheiro é de livro.
De mofo.
A cor é vermelha,
porque se apaixona.

É verde,
porque sonha.

É rosa,
porque dança.

É branca,
porque há calmaria.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo esse texto!
Sensível, porém forte, certeiro...
Um prazer entrar aqui e ler tais textos.
Abraços,
Ana